Segunda versão do texto:
A reforma psiquiátrica no Brasil enfrenta desafios ligados a interesses políticos, econômicos e sociais, que muitas vezes perpetuam o isolamento em manicômios em vez de promover um cuidado digno e comunitário. Embora o modelo de atenção psicossocial tenha avançado, há forças que buscam resgatar práticas antigas, como a reabertura de hospitais psiquiátricos e a extinção de políticas de redução de danos.
Nesse contexto, a obra de Nise da Silveira marca uma resistência ao isolamento, trazendo uma abordagem inovadora baseada na arte, criatividade e respeito à subjetividade dos pacientes. Diante desse cenário, cabe refletir: como esses interesses contribuíram para o afastamento de tantas pessoas da sociedade em vez de garantir um tratamento humanizado?
No passado, hospitais psiquiátricos eram mais espaços de exclusão do que de cuidado, priorizando a internação prolongada e afastando pacientes da sociedade. A entrevistada destaca a importância da formação qualificada dos profissionais de saúde mental, essencial para um atendimento eficaz. Antes, o aprendizado ocorria nesses hospitais, reforçando práticas que promoviam isolamento em vez de reabilitação.
Com a reforma psiquiátrica, a formação mudou para abordagens humanizadas, focadas na autonomia dos pacientes, com aprendizado em instituições abertas, como os CAPS. Esses centros priorizam acolhimento, reinserção social e respeito à subjetividade dos indivíduos.
Esse avanço se conecta diretamente ao legado de Nise da Silveira, que rejeitou métodos violentos, como eletrochoques e lobotomias, e introduziu arte e terapia ocupacional como formas de tratamento. Ela defendia que a expressão artística e o vínculo afetivo eram essenciais para a recuperação, valorizando a história e subjetividade dos pacientes.
Os CAPS, hoje pilares da reforma, refletem essa visão ao promover um atendimento mais comunitário e humanizado. Essa mudança transformou a formação dos profissionais, baseando o cuidado na empatia, escuta ativa e respeito à singularidade.
A medicalização excessiva do sofrimento psíquico ainda é comum, muitas vezes funcionando mais como um silenciamento das emoções do que como um tratamento integral. Esse modelo biomédico contrasta com a abordagem de Nise da Silveira, que rejeitava métodos agressivos e promovia a arte e terapia ocupacional como formas de expressão e recuperação.
Para Nise, o sofrimento psíquico deveria ser acolhido, e não apenas controlado por medicamentos. Sua visão influenciou a reforma psiquiátrica no Brasil, que busca substituir a lógica da internação e da medicalização indiscriminada por um cuidado centrado na subjetividade e reintegração social. No entanto, a dependência excessiva de fármacos segue como um desafio, reforçado por interesses econômicos e falta de alternativas amplamente acessíveis.
A internação involuntária deve ser uma medida excepcional, aplicada apenas em casos de risco iminente, e jamais como forma de abandono ou controle social. Para garantir seu uso ético, é necessário adotar critérios rigorosos, com avaliação multidisciplinar, fiscalização constante e revisões periódicas. Sempre que possível, devem-se priorizar alternativas comunitárias, como os CAPS, que promovem acolhimento e reintegração.
A atuação de Nise da Silveira é símbolo da resistência ao uso abusivo da internação. Ela rejeitou práticas violentas e defendeu métodos terapêuticos baseados na arte, afeto e respeito à subjetividade, mostrando que o cuidado humanizado é mais eficaz do que o confinamento.
Garantir que a internação só ocorra quando indispensável exige políticas públicas comprometidas com a dignidade e autonomia dos pacientes, seguindo o legado de Nise.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) oferecem um cuidado comunitário, contínuo e acolhedor, permitindo que pessoas com sofrimento mental recebam apoio sem isolamento. Inspirados na visão de Nise da Silveira, priorizam o respeito à subjetividade, promovendo terapias ocupacionais, oficinas artísticas e acompanhamento psicológico.
Os CAPS funcionam como espaços de acolhimento constante, fortalecendo o vínculo afetivo e evitando internações desnecessárias. Com isso, garantem tratamento próximo e humanizado, alinhado aos princípios de reinserção social e valorização da individualidade, tão defendidos por Nise.
Apesar dos avanços da Reforma Psiquiátrica, ainda persistem resquícios do modelo manicomial tanto nas instituições quanto no olhar social. Práticas excludentes, como a medicalização excessiva, internações prolongadas e dificuldades de reinserção social, reforçam o estigma que ainda cerca os transtornos mentais.
Esse estigma foi construído por décadas de isolamento e violência institucional, que tratavam os pacientes como perigosos ou incapazes. A atuação de Nise da Silveira foi essencial para desconstruir essa visão: ela rejeitou métodos desumanos e promoveu um cuidado baseado no afeto, na arte e na subjetividade dos pacientes.
Seu legado impulsionou a criação dos CAPS e da luta antimanicomial. No entanto, superar totalmente esse modelo exige esforços contínuos por um cuidado verdadeiramente digno, comunitário e respeitoso.
O cuidado com a saúde mental vai além da atuação dos profissionais — envolve toda a sociedade e a forma como nos relacionamos. Combater o estigma, acolher o sofrimento psíquico e promover ambientes saudáveis impacta diretamente a saúde mental coletiva.
A obra de Nise da Silveira reforça essa visão ao valorizar a subjetividade, o afeto e a expressão artística como pilares do tratamento. Projetos como o Construindo Bases Seguras mostram que o acolhimento comunitário fortalece o bem-estar desde a infância.
Inspirando os CAPS, Nise promoveu um modelo de cuidado próximo e contínuo, que evita o isolamento e aposta na reintegração social. Seguir seus princípios é reconhecer que respeito, escuta ativa e apoio mútuo são tão essenciais quanto qualquer intervenção clínica.
O preconceito e a desinformação ainda afastam muitas pessoas do tratamento em saúde mental, por medo de julgamentos e exclusão. Esses obstáculos dificultam o acolhimento do sofrimento psíquico como algo legítimo e tratável.
A atuação de Nise da Silveira foi crucial para romper essa lógica excludente: ela valorizava a subjetividade, o afeto e a expressão artística, enxergando os pacientes como indivíduos plenos. Seu legado influenciou a criação de espaços como os CAPS, que oferecem um cuidado mais humanizado e comunitário.
Superar o estigma exige educação, diálogo e inclusão. Projetos inspirados na abordagem de Nise mostram que é possível transformar realidades e reafirmar que o cuidado com a saúde mental é um direito de todos, baseado no respeito e na empatia.
Conclusão
A trajetória da saúde mental no Brasil revela um caminho marcado por exclusões, resistências e conquistas. Ao longo desse percurso, a obra de Nise da Silveira se destaca como farol humanizador, desafiando o modelo manicomial e propondo uma nova forma de cuidar do sofrimento psíquico — baseada na arte, no afeto e na escuta sensível. Seu legado segue vivo nos CAPS, nas práticas terapêuticas comunitárias e na luta por dignidade e inclusão. Cuidar da saúde mental é, acima de tudo, um compromisso coletivo com o respeito, a empatia e a liberdade de ser.
Sugestões: Aqui vai uma estrutura sugerida ´, no caso da coloca da biografia de Nise da Silveira:
Introdução – Apresenta o tema geral e a problemática.
Breve biografia de Nise da Silveira – Destaca os pontos essenciais de sua vida e obra, conectando-os com o tema central.
Desenvolvimento – Organizado com os tópicos e reflexões que você já sintetizou.
Conclusão – Retoma os principais argumentos, aponta caminhos e reforça o legado de Nise como eixo transformador.
No caso da entrevistada, as informações sobre profissional devem ser colocadas no início da seção da entrevista – Se a entrevista for um destaque no texto, você pode apresentar a psicóloga antes das respostas, incluindo nome, formação e atuação profissional.
Exemplo:
A entrevista foi realizada com a psicóloga [Nome da Profissional], graduada em Psicologia pela [Universidade], especialista em [Área de Atuação] e atuante em [Local de Trabalho].